08 fevereiro 2010

Há um tempo escolhi a inteireza. Há pouquíssimo consigo praticá-la.

"Mas se embriagar do que?
De vinho? De virtude? Ou de poesia?
A escolha é sua.
E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso,
na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar,
pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui,
a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala,
pergunte que horas são;
e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se!
Para não serem os escravos martirizados do tempo, embriaguem-se;
embriaguem-se sem descanso.
Mas embriagar-se do que?
De vinho, poesia ou virtude? A escolha é sua.

Charles Baudelaire

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