26 abril 2009

fotos lanaguimaraes

Na terra de todos os santos

Sapicada de sabores, a passagem pela terra de todos os santos, nos levou ao mundo das feiras, botecos, botiquins, fundo de quintais e vistas para o mar.

Ontem Francisco, você me olhou fundo e disse:
Mas quem eu mais amo na vida, de gente, é você.
Acabo de chegar de viagem, fui passar 6 dias em Salvador, cidade que quase foi sua também. Era lá que eu morava quando sorri ao descobrir que você crescia dentro de mim. Foram dias de descanso. Nesse ano, assim como nos últimos, não tive férias.
O começo deste me invadiu com intensidades, filho. Só agora consegui descansar um pouco, queria ter te levado comigo, mas ficar aqui com seu pai num feriado ensolarado, foi melhor que uma Bahia chuvosa.

Com a chuva, Salvador se abre para cantinhos escondidos, aqueles ofuscados pelo brilho do mar em dia de sol. Foi uma viagem gastronômica, deliciosa, comemos de tudo um pouco, eu e sua tia Lana.
E anotamos para lembrar depois, no último dia pensamos que poderíamos ter fotografado cada uma dessas delícias, depois entendemos que o melhor ficou em nós.

O primeiro deleite:
Arrumadinho do Cruz do Pascoal. Como o nome diz, carne de sol, farofa, feijão de corda e vinagrete, tudo bem arrumadinho no prato. É uma comida que pede de acompanhamento uma cerveja gelada e aqui guarda a mais gelada da Bahia. Brilhos e Farofa.
O Cruz do Pascal é um bar bem antigo e tradicional de Salvador, fica no Santo Antônio, colado ao Pelourinho. Bom mesmo é passar fora dessa rota turística e ir pela cidade baixa, parar na igreja de Santo Antônio e ir andando vendo as casarões e as janelas abertas com vista para Bahia de Todos os Santos.
O segundo deleite:
A caminho do MAM descobrimos um restaurante japonês inacreditável com vista para o mar, o Soho.
Trouxinha de camarão
Risoto de brócolis com shimeji e salmão grelhado
Sorvete de creme com calda quente de chocolate e hortelã
Vinho branco numa tarde de domingo
Terceiro deleite, na companhia de amigos:
Sanduíche de peito de peru, queijo do bom, manjericão e geléia de framboesa.
Acarajé e cerveja, é claro.
Quato deleite:
Moqueca de camarão no Porto do Moreira. O Porto do Madeira é outro bar tradicional da cidade, fica na 2 de julho. Eu freqüentava muito a 2 de julho quando morava aqui. Lá tem de tudo, milhares de armarinhos e meus olhos brilhavam ao desvendar tamanhas possibilidades.
Quinto deleite:
Sorvete de Tiramissu Hagen Dazs
Sexto deleite, esse quase nos fez adiar a volta:
Camarão a Joel na Donana. Esse é inacreditável. Imagime filho algo muito gostoso, muito gostoso mesmo. É o camarão a Joel. Um pequeno restaurante no Bairro de Brotas, onde ficamos hospedadas. Foi uma aventura chegar até lá, valeu cada uma delas.
Esse me fez querer voltar logo e te levar comigo.
Além dessas coisas de delícia tive bons momentos com os amigos de lá, fiquei na casa de Cau e Mari, cineastas que acabaram de rodar dois curtas e inaugurar um belíssimo complexo de cinema em frente à praça Castro Alves. Acompanho o sonho desses amigos há anos, ver de perto ele concretizado e brindar as novas conquistas, com as pessoas que amamos, é coisa boa demais de se fazer na vida, filho.
Ganhei também o novo livro de fotografia do Aristides, ele é outro grande amigo, fotógrafo dos bons, este é sobre a Chapada Diamantina. Na casa dele os encontros foram bons com Ilo e Sereno.
Eu só posso agradecer essa vida, meu amor, os presentes que tenho e recebo todos os dias. Você é o maior deles.
Ninar um filho é bom porque a gente acorda cheia de amor pela vida. Eu te amo, Chicó. É tão bom dizer isso a você porque sempre será verdade. Quem eu mais amo na vida de gente também é você. Talvez essa febre tenha sido só saudade. Eu também já tive febre de saudade, a gente fica tão jururu. Só passa com beijinho, dengo e promessa de ficar sempre bem juntinho.

Uma coisa eu aprendi, filhote: nem todo sol da Bahia é suficiente para ensolarar dois corações nublados...










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